25 de mai. de 2005

Palavras

A música tem sido minha fuga por tanto tempo e agora nem ela pode preencher o vazio, talvez me falte talento, talvez falte inspiração.
Eu amo as palavras, assim como a música as palavras têm vida, melodia, harmonia, quando usadas dignamente elas se transformam em imagens, imagens musicais, imagens oníricas. As palavras trazem a beleza e sinergicamente o que há de mais tétrico no inconsciente do escritor. As palavras preenchem o vazio, é uma sinfonia de sintagmas, uma ópera de metáforas. As palavras definem o ser, o eu profundo, o desespero da alma. As palavras são livres no sentido mais amplo de liberdade em uma semântica infinita. Eu gostaria de possuir o talento para usá-las com o lirismo que merecem, com a musicalidade que lhes é inerente, mas cada palavra, escrita ou proferida por mim , parecem não ter vida, elas morrem em minha consciência, morrem no vazio.

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