21 de mai. de 2005

O ATO FINAL

Quem notará minha ausência?
Quem direcionará seu ódio
Ao meu ato de covardia?
O ato final de uma peça inacabada.
Quem enfim fará de mim um espectro?
Uma lembrança perdida no labirinto da inconsciência.
Tão invisível quanto sou agora,
Serei também em minha morte.
Em um momento de profunda reflexão,
Descobrirão que há muito eu já não me encontrava
Entre os vivos; no sentido universal do verbo viver,
Eu já não vivia.
Dirão que foi por desespero, dirão que foi por medo
Muitos dirão que foi por egoísmo, insanidade, outros nem se perturbarão
Em procurar uma razão para um ato tão radical.
O que posso dizer? A razão nada tem a ver com minhas loucuras
Os sentimentos sim, por estes fui derrotada.

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