Venho em busca, venho filha da interrupção, venho louca, mas venho lúcida, venho dentro da solidão. Venho encontrar caminhos, nos carinhos que me doam, sendo carinhosa aos que me perdoam. Venho do não, do sim, do fim, venho do começo, venho do abraço. Venho dentro da ilusão. Venho sem laços que me quebrem as palavras, venho em versos, venho em metáforas. Venho correndo da alucinação. Venho para mim, e venho para os outros.
Conheço as estradas que me levam à vida, conheço os abismos que me empurram à morte, conheço, sul e norte. Conheço meus medos, meis anseios, conheço meus meios de terminar uma dor e começar um amor. Conheço meus elos, pedaços de mim soltos ao pensamento, conheço o veneno que causam certas dores. Conheço cores que enfeitam o céu, conheço o véu que não me permite enxergar além do sofrimento, conheço o tormento de dormir sem descansar, de pensar sem conenctar-me ao mundo real. Conheço o imaginário, conheço o nefasto, infausto ser que teme meu eu incompleto.
Sou apenas uma no mundo e no mundo há muitos como eu. Escrevo no verso das folhas, de trás para frente, com grafias diferentes, escrevo poemas, escrevo paixão, escrevo sem perder a imensidão do sofrer, tampouco a profundidade do saber. Sei ser forte, sendo frágil, sei ser inteira aos pedaços, sei ser sensível, mesmo que minha sensibilidade me machuque ou machuque a outrem. Ontem fui eu quem disse eu te amo, hoje é você quem demonstra amar, posso espalhar o sentimento, mas sem o alento do abraço, não posso nada fazer em busca do amanhecer.
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