8 de nov. de 2011

tristeza

  Minha tristeza parece mundana, fria, vazia, como a dor de um vaso sem flor, que não realizou seu propósito na vida. Ou talvez, como a mesma flor, arrancada ainda no desabrochar. Sofro sem chorar, tal poeta da escuridão, marcando o tempo por uma lua que brilha para todos, menos para ele. Sofro sem razão, num emranhado de paixão e cores, um jardim sem flores.
 O sol nasce e exu berantemente espalha seu calor, tão forte às vezes, tão ardente que queima. Minha tristeza é assim. É observar impotente nos que amo ao meu redor, um sofrimento que não posso e não devo apagar, como não posso apagar o sol quando o dia ferve desconfortável. A dor é minha única certeza. Acordo e me pergunto "vou sofrer hoje?". E uma voz que de dentro do peito grita SIM.
 Sofrerei a dor de quem me acompanha, apanha da vida. Sofrerei a morte dos meus mil erros. Sofrerei por mentir e sorrir, quando na noite o sorriso se apaga. Dou lugar às lágrimas, preferindo não chorar, não reconhecer o sofrimento de sentimentos meus.A emoção do alívio em derramar lágrimas, seria talvez uma cura, pura, simples que até crianças sabem fazer. Mas eu sigo sem o pranto enternecedor, o manto, o grito, da minha dor.
  

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