26 de out. de 2009

Hoje, estava com muita vontade de chorar, chorar por saudade, chorar por amor, chorar pelo que passou e chorar pelo o que pode vir...penso no fim e no começo, o dia mal começou e eu quero ver seu fim.
Choveu e o céu chorou por mim. Sinto um sufocamento dentro de mim que começa no estômago e vai para o peito pedindo para ser libertado, mas não consigo, estou perdendo -me de mim... estou no meio do caminho e talvez devesse voltar ao invés de seguir a diante... estou com medo, medo de mim, medo de recomeçar os sonhos, e erros do passado, chorar, como quem acaba de chegar ao desconhecido sozinha... simplesmente chorar.

18 de jun. de 2009

Minha natureza egoísta ainda há de deixar-me só no mundo. O que faz com que me transforme nesta figura tão tímida na vida? Estou sempre há segundo do presente, separo-me desta melancolia nas viagens pueris em um mundo criado para aliviar o peso da realidade, e me perco nessas fantasias. Pergunto; Estou perdendo a razão?
Há um passo da magistral vitória da morte em canções ludibriada e desejada, sem apologias, penso demais e não o suficiente. Tudo o que quero ser se perde quando divago em memórias de rostos desconhecidos, esquecidos nos mundos imaginários. Sou apenas um esboço da sanidade, mas uma obra prima da loucura... sou o paradigma por qual muitos querem viver sem saber que esta vida é pura oscilação de humor e um grande paradoxo do tempo... que tempo perdido...

13 de abr. de 2009

Sou um mero e mesquinho ser da verdade pura, da mentira sincera, portador das horas vagas de pensamentos despersos que divagam em meandros internos, conflitos externos de chagas mortais... pensei nesta frase e parecia me completar, procuro minha beleza em auroras boreais no frio dos recantos mais sombrios do coração. Sem lágrimas, mas cheia de idéias de sentimentos confusos e por vezes impuros, como maculada foi a inocência minha de ter sido tocada ainda jovem por espíritos traiçoeiros que me fizeram buscar na morte a integridade que não sentia em vida... ainda na infância perdi o tempo, perdi a coragem, perdi-me em medos, esqueci da beleza da vida, esqueci da criança crescida ainda em pedaços... vou procurando fragmentos afiados que me cortam quando os toco, de corte em corte, de sangue em sangue vou procurando meu caminho ainda não percorrido... senti desejo de ser eu, mas sem saber ainda quem ser, este ser , esta criatura na vida encurralada pela loucura de estar sempre sentindo e acumulando emoções em um emaranhado de dores sem saber até quando aguentar tampouco onde chegar.

31 de mar. de 2009

O que te fez sentir?
A brisa do entardecer num começo de noite fria com todo o encanto das estrelas.
O pôr do SOl que enfeita o céu no final de um dia de chuva?
As cores que enriquecem as formas das nuvens espalhadas por aí.
O amanhecer de um novo dia, cheio de expectativas e oportunidades com as quais vc nunca sonhou.
Os sonhos que alimentam o inconsciente de fantasia e loucura, toda a loucura que você precisa sentir antes de dizer que está são...
Aquela pontinha de insanidade perdida entre pensamentos de emoções fortes tão fortes que tiram seu fôlego e te faz transpirar de ansiedade, tensão...
Aquele resquício da infância que você trouxe para a vida adulta, mas que ainda está latente, constantemente presente, a criança que sempre brincou de viver e viveu para brincar...
O que te faz sentir?
O sorriso empático de um amigo há muito distante e que voltou para alegrar um dia que seria normal...
As lágrimas daquela pessoa especial que passa por momentos difíceis e você sabe que ela vai superar, mas precisa de você para guia-la, voltar a brilhar...
A lua em seu esplendor altiva no céu escuro e a vontade de dizer que é livre para toca-la...
Enfim, o que te faz sentir? Eu, sinto tudo, e ao mesmo tempo penso não sentir nada, mas o mundo gira e continua minha vida, sentindo , amando, pensando, brincando de continuar vivendo.

19 de mar. de 2009

Está anoitecendo e o dia se arrastou, cada canção que ouvi parecia não ter fim, como as notas cantadas em semi-breves... vieajei para minhas fantasias sozinha, quis passar um tempo sonhando, procurando inspiração. Parece que a química do meu cérebro durante as sinapses se desequilibram e me mandam para outros mundos, cada segundo conta, cada batida do ponteiro do relógio é uma explosão de sentimentos que desconheço a origem... como se cada sílaba das composições feitas por mim ganhassem uma vida além da minha. E minha coragem de enfrentar a realidade e pertencer mais e mais ao mundo dos concretos, reais, se perde entre um neurônio e outro, até fumar o cigarro parece abstrato, parece mecânico, eu acendo o cigarro, dou algumas tragadas em intervalos musicais, e obeservo o nada na fumaça que se confunde com o ar. Parece não fazer muito sentido agora viajar para mundos distantes sem sair do lugar, no entanto, minha arte depende um pouco do contato com a loucura e se me curarem o que resta?

17 de mar. de 2009

É engraçado como o tempo não pára, mas se arrasta no dia como um enfermo agonizando a cada minuto. Cada intervalo numa canção corresponde a um tempo que deixou de ser,e cada nota um segundo correndo para o próximo verso.
Somos escravos do relógio, dos astros que se posicionam em espaços no tempo, fazendo passarem-se os dias a invocar novos dias,e novas noites.
Eu me perco em pensamentos desconexos que influem em meu equilíbrio mental e emocional, sinto muito e ao mesmo tempo um Nada ácido corroendo a vida de dentro para fora. Sinto angústia e alegria, sinto o amor na fantasia de ser diferente e ao mesmo tempo ser igual, humana. Talvez seja isso, igualdade na espécie e distante no ser, aberração, ficção, ultrajante anomalia espiritual que deu lugar a essa figura, uns dias na loucura, outros na decepção de uma sanidade impura.

4 de mar. de 2009

Hoje, sinto como se a escuridão me convidasse para dançar no meio da tempestade. Como se a vida fosse apenas os trinta minutos de terapia, ou as duas horas de aula por dia. SInto que vou deixando de existir a cada momento no silêncio, distante do mundo...sinto a vida se abrir e me convidar para entrar, mas algo me impede, esse vazio que invade meu organismo e sangra. Estou só. Disseram-me que sou uma alma sensível, sempre amaldiçoei essa sensibilidade, pois o sofrimento sempre foi menos suportável, no entanto, hoje agradeço a Deus por ser quem sou, apesar da dor, não trocaria meus sentimentos por nada no mundo. São meus, mesmo os mais sombrios que brotam das umbríferas esferas de traumas infantis. Serei sempre grata aos que me ajudam até hoje e ainda não desistiram...ainda não encontrei a sanidade em mim, mas também não faço parte dos completamente insanos gritando por aí.

5 de fev. de 2009

A distorção da realidade torna tudo menos possível de alcançar, todos distorcemos a realidade quando não encontramos nela a face verdadeira que queríamos que fosse verdade. Mas ao fazermos isso esquecemos de voltar para essa verdade chata da realidade e vivemos presos em sonhos pueris.
Como na infância um dia eramos mais felizes esse dia poderia então não ter um fim, a velha eterna infância que nunca chega ao fim nem nos prende à realidade.
Sinto vontade de ser quem eu não deveria ser, uma louca independente, num desvairamento da mente, de sonhos e fantasias de realidades distorcidas. Sentir meu ego aumentar ao receber um elogio ao invés de sentir vergonha das boas coisas em mim, prefiro a má Mariana, aquela que sempre erra, mas está sempre tentando acertar, aquela que sempre sonha sem despertar. Arrependo-me todos os dias de acordar, gostaria de induzir um coma profundo em que eu pudesse descansar a mente e não apenas o corpo que sempre descansa na cama o dia todo preparando histórias que poucos lerão. Sinto falta da assassina de personagens misteriosos sem nome, dar um nome torna tudo mais real e a realidade é o que tenho tentado evitar.