27 de dez. de 2008

  Faz tempo que ando sem poesia
  Faz tempo que ando sem harmonia
  Faz tempo que canto a mesma melodia
  Nada enfim, faz muito sentido,
  Nada além do abandono fica retido.
  Faz tempo que Nada faço por amor,
  Faz tempo que nada faço por prazer,
  Faz tempo que sinto apenas o algor
  De passar tanto tempo sem pensar.
   Tanto tempo sem sonhar,
   Tanto tempo sem ser, esquecer e fazer
   Do mundo um eterno entardecer.

5 de dez. de 2008

Como vermes a fazerem festas em minhas entranhas comendo a putrefação em mim, os restos impuros da nojenta interpérie que começa com o simples ato de mastigar. Termina na sensação de insatisfação de estar sempre cheia de coisas feias em mim. Vou pedindo cada vez menos, menos tempo, menos vida, mas há sempre mais. Vou lembrando de poemas, psicódelicos em diversão no meu mundo onírico, nas umbríferas vozes, de onde são?
É como perder a morte na vida, ser mais que não ser, fazer sempre menos para poder fazer sempre mais, ter vontade de não ter vontade, sentir prazer em não sentir mais nada, invejar os espíritos mais calmos que vivem essa vida com harmonia enquanto eu procuro equilíbrio em calmantes impacientemente, perdendo dinheiro, perdendo tempo, dormindo durante o dia, escondendo lágrimas a noite. Ver na escuridão do quarto em silêncio, temendo os misteriosos barulhos do quarto inabitado, inabitável. Escuro, nada, somente, tudo, ver, ouvir, sentir, ser, esconder, não chorar e querer chorar, implorar para que role uma lágrima de alívio enquanto eu caio, despenco livremente, a única hora em que meu espírito é livre, na queda sem fim, sem começo, acordo e estou caindo, durmo e estou caindo.

18 de nov. de 2008

 Às vezes é preciso dar um tempo, esquecer da  morte e repensar a vida. Eu não sei o que acontece comigo, mas tenho tido muito tempo e pouca disposição para fazer o que preciso e o que quero, há tempos venho sentindo esse vazio tomar conta e esqueço que vivo, vou tomando os braços de Morfeu e caindo no sono profundo de uma vida em devaneios. Estou perdendo tempo, perdendo vida. 
  Eu sou alguma coisa não alguém, sinto que vou fazendo essa coisa crescer e dispersar, sou essa coisa que vai e fica no mesmo lugar. Hoje perdi muito tempo e contei meias verdades, a coisa dentro de mim está crescendo e a alma vai evanescendo, não quero ser mais isso. Estou perdida, achem-me por favor!!!
 

10 de nov. de 2008



Tudo era magistral, as ondas do mar quebrando nas rochas, o vento gélido do inverno litoral a acariciar o rosto, como lembranças da infância que voltam para dizer que há vida, mesmo quando o vazio soberano impera nas almas dóceis de meros vagabundos do mundo, vagabundos dos sonhos.
Nada era irremediável, tudo se consertava aos poucos, aos sons da guitarra melancólica a tocar um canção de reminiscências. Passado, tudo está no passado, sistematicamente sórdido e inexorável, o inexpugnável passado, de tudo o que resta, são apenas memórias de crianças tolas que esquecem da vida, vivendo o presente e fantasiando o futuro, adolescentes insolentes a atravessar a ponte para a realidade, sonhando tudo e não racionalizando Nada. Esse Nada que chega e invade os mesmos sonhos que esses jovens esqueceram de sonhar. Somos essa negatividade das ancestrais viagens ao lado de profetas noctívagos que embelezavam a morte de quem um dia pensou poder morrer e entender que no fim não há um ponto final, mas uma vírgula entre antíteses e paradoxos imaginários. Novas palavras para mentes obtusas do infausto passado e incontáveis futuros.

3 de out. de 2008

   Sempre estamos procurando a felicidade, momentos curtos que desafiam o tédio, vencem o invisível Nada que nos atormenta. Mas hoje minha única válvula de escape deste tédio, deste Nada é a terapia. Adoro meu trabalho, o difícil é  juntar forças para acordar, sair da cama e passar o pouco conhecimento que tenho para mentes mais jovens.
  Está difícil respirar, fico brigando comigo em pensamento, não encontro minha sintonia da harmonia e fico nesta briga comigo mesma, acho que não sou eu quem está brigando é uma outra personalidade que quer viver em mim. Não sei, tem sido difícil, mas hoje serei criança por algumas horas e pensar somente no doce e nas brincadeiras.

26 de ago. de 2008

No silêncio

Foi no silêncio que tudo começou, que as vozes da minha mente tomaram conta de meu ser doente, e transformaram os sonhos em pesadelos. Foi no silêncio que minha mente foi ficando cada vez mais tomada pela insensatez, a evanescente nuvem do suicídio foi se mostrando mais nítida e forte diante de mim. Foi no silêncio que conheci o sangue que alivia e deixa marcas para eu não esquecer que um dia fui infeliz e dominada pelo medo e pelo desespero. Foi no silêncio que prometi dizer adeus, enfim, o fim, enfim o começo de algo novo, a morte. Foi no silêncio que traduzi canções em minha cabeça de pessoas mortas e me vi em fotos póstumas, de alguém que um dia foi, mas não mais será. Foi no silêncio que aprendi a ser frágil, sensível, e errada, fui errando no silêncio. Foi no silêncio que ouvi a morte chamar meu nome, e ainda escuto quando estou no silêncio e temo meu próprio ser, temo minha mente, quando estou no silêncio, apenas no silêncio. No silêncio eu não sou mais eu, sou apenas a criatura.

19 de ago. de 2008

Lexterminatus

Têm sido dias incrivelmente disconexos com minha realidade. Não tenho certeza se isso pode ser real, não tenho muito o que dizer, estou perdendo a sanidade, o pouco que resta, o pouco que restou da minha adolescência. Dias de intensa angústia que me corrói, e pouco tempo para pensar e mesmo assim tenho pensado demais, a vida toma direções inesperadas que me fazem repensar meus conceitos de realidade e sonho. A lexterminatus está devolta e sei bem o que é sonhar com futuro musical, mas sei pouco sobre sucesso, gostaria de poder conhecer meus heróis e pergunta a eles como chegar tão longe, e sei que muitos diriam " com o coração", mas coração é o que mais há em minha música, sou assim, meio deslocada do mundo, do tempo, mas sei colocar meu coração no lugar certo...temo que será um sonho para outra vida, mas enquanto houver vida viverei. Na música sou simplesmente Mika, sem sobrenome, sem títulos, sem passado, apenas o futuro...e tenho medo.

16 de ago. de 2008

Já senti isso antes, é como uma mil facas penetrando meu coração, não sei o porquê, nem de onde isso vem, mas está aqui, agora, hoje, nesse instante, tudo que eu quero é ver a luz, mas a escuridão me rodeia. Sinto-me só, tenho sonhos em que não compreendo o eu. Esse eu que quero encontrar em palavras, versos, refrões. Não chore por mim, eu não ouviria nada... que nada é esse que eu não quero ouvir?
Mil lágrimas por minha dor... eu troco, eu vendo, eu dou, doar minha dor para quem pensa que a dor é apenas um amor que acabou. Mas eu continuo amando, amo meus amigos, minha família...amo a todos que oferecem sorrisos ao invés de lágrimas, ou lágrimas de alegria, e quando não estão bem, podem chorar em minha presença e eu ofereço um ombro, um abraço, um sorriso meio quebrado... sou assim... mas ainda não sei quem sou. Estou me perdendo dentro do eu que vou descobrindo. Estou sempre pensando, penso demais, e não penso o suficiente. Se não faz sentindo para você, faz muito menos para mim.

12 de ago. de 2008

Mais um dia

O dia vem e é apenas mais um dia. Nada muda, continuo viva na mesma vida da qual tentei escapar, da qual quis esquecer e me libertar. O dia vem e é apenas mais um dia. O mesmo que começou enquanto eu dormia e irá terminar quando eu estiver dormindo, vai passar enquanto eu continuo sonhando abrindo portas para o inesquecível, para o inefável, para o outro inexorável Nada, o Tudo em minha vida... fui eu. Eu matei a criança em mim, esqueço que ela um dia existiu na libertinagem da pré-adolescência. Mentiras inocentes, hoje são mentiras sinceras, sinceramente criadas para criar uma outra imagem que aos poucos se quebra... O dia vem e é apenas mais um dia. O dia em que esquecerei de tudo o que é passado e pensarei no futuro, mais uma mentira que se revela em meu presente... Imagens...Mais um dia...Mais uma noite...Mais uma hora...Mais um dia que chega e se vai e eu continuo dormindo. Isso não faz sentido. Quem disse que era para fazer algum sentido?

BORDERLINE

Hoje acordei mais uma vez na doce madrugada, assustada por sonhos torturantes, hoje eu vi quem deveria ser e quem eu gostaria de ser, o que sou e o que não sei ainda dizer se cheguei a ser. Espero a noite me engolir em sua melancolia. Hoje o dia amanheceu doente, meus heróis estão aos poucos se perdendo. Alguns morrem, outros se esquecem de quem são, como eu vou me esquecendo assim...
Assim...vou me perdendo em lugares na minha mente, mundos inexplorados, a fronteira, o limite, "the borderline". Vou temendo ficar sozinha e me isolando, vou tentando, assim, esquecer a vida que vivi até aqui, a vida que morri até aqui, assim...vou perdendo o tempo, vou explorando a introspecção, essa hiperatividade inoperante, não consigo ficar comigo por muito mais tempo. Vou, assim...me apagando para apagar a dor, vou refletindo o incerto, essa incerteza do que certamente virá. O retorno. Assim...preparando armadilhas para meu próprio espírito... quero sair daqui. Estou vendo, assim serei, por muito tempo, assim estarei por mais algumas vidas, por outras mortes. Assim, "in the borderline" na fronteira entre a sanidade e a loucura. Que loucura é essa que se esquece de fantasiar o belo e interfere na minha estória, na minha história... assim, que loucura é essa?

Em uma noite

Em uma noite estarei viajando dentro de mim, serei eu quem conectará as estrelas até formarem desenhos no céu. Em uma noite, encontrarei o sentido das palavras caridade e amor nos outros, fora de mim. Em uma noite, contarei estórias para criancinhas invisíveis no meu quarto, enquanto o tempo vai passando e o dia raiando. Em uma noite, não estarei mais aqui, onde estou, nesse mesmo lugar, nesse mundo, nessa mesma intensidade, nesta frequência, nesta imensidão de solidão. Em uma noite não serei mais eu quem decidirá se choro ou não; chorarei quando o mundo deixar, quando as lágrimas sentirem que podem expor-me ao mundo em que me afundei, em que vou afundando... Em uma noite ainda penso que serei feliz ao lado das pessoas que mais amo no mundo, ao lado dos espíritos de luz que vêm me guiando para o lado menos sombrio, pelo caminho tortuoso e cheio de ilusões que fazem na verdade, parte da realidade. Em uma noite eu não esquecerei você, não mais, nunca mais, estarei por perto para dizer que te amo,e ouvir você dizer que me ama também, palavras trocadas, carinhos dados, mundo quebrado, espelho quebrado e imagens jogadas ao universo. Em uma noite, tudo terá fim,mas não o fim, um novo começo, e anseio por essa noite.

2 de ago. de 2008

I love you Mom


Pois é, eu nunca falei da minha mãe aqui. Minha mãe é tolerante, paciente, carinhosa, implicante, mas acima de tudo é especial. Eu sou seu Karma nesta vida, ela diz que sua missão é me guiar para uma vida mais saudável, para o melhor. Ela tem feito um ótimo trabalho até agora, mas não aceita que eu precise de pessoas variadas em minha vida, ela quer ser tudo, psicóloga, amiga, mãe...e há momentos em que eu preciso que ela seja tudo isso. Ela quer saber quem sou e eu também, ela quer confiança e eu também. Nossas brigas duram no máximo dois dias, sempre.Muitas vezes ela reclama que eu não a procuro em momentos de desespero e angústia, o que ela não entende é que muitas vezes tudo o que eu preciso é do seu sorriso. O que ela ainda precisa compreender é que sou completamente dependente dela e que preciso encontrar meu caminho sozinha, porém sempre em sua presença...eu amo minha mãe mais do que a mim mesma. Um dia, ela vai entender que eu não estou aqui, neste mundo, nesta vida, neste momento, para dificultar sua missão, mas para descobrir a minha.

30 de jul. de 2008


Gostaria de poder responder às perguntas dentro de mim, mas não posso. Não simplesmente um sim ou um não, mas um porquê. Hoje sinto que estou envelhecendo, porém sem a riqueza da sabedoria. Vou me abandonando querendo voltar ao tempo em que fui criança feliz, mas esse tempo foi curto, o importante é que foi bom. Vou conhecendo pessoas novas e me perguntando o que elas podem ver em mim, o que eu tenho a oferecer? Talvez, tudo, talvez nada, mas o nada sou eu, e vou morrendo, sentindo muito por estar só e acompanhada nessa solidão, paradoxos da vida, antíteses do interlúdio, a poesia vai ficando dormente, e então vem a morte, o amor, talvez o amor venha antes, mas logo chega a morte, e chega então o começo de tudo e o tudo sobre o Nada.

28 de jul. de 2008

Not alone-lexterminatus

Um minuto de silêncio pela freelight, por puro respeito e carinho, além de muita gratidão afinal esta versão da música foi composta por mim, Mika, mas os arranjos finais foram conquistados com a ajuda da Freelight, nossa eterna escola de onde saíram todos os músicos da lex original...beijos a todos

http://br.youtube.com/watch?v=2cer64FxrLg

Not alone-lexterminatus

Prévia, uma carta a Paulinha

Neste fim de semana foi a primeira prévia da comenoesp em Cafelândia. Eu fui! Mas para ser mais sincera, eu não fui, não me entreguei ao encontro e me arrpendo por tudo. Apesar de ter mesmo feito amigos novos, pessoas interessantes que ainda não rechonhecia a existência, senti-me só. Vou falar de uma pessoa especial:
Paulinha, em meio a tantos problemas, seus e meus também, nos conhecemos, eu a conheci na Comenoesp de Tupã, ela nem sabia que eu existia, gostei de seu entusiasmo, liderança e dedicação, mal sabia eu da grandeza de seu coração. Antes da Comenoesp de Tupã eu estava mesmo pensando em deixar este mundo, a viagem de ida foi para mim um tempo para refletir sobre minha própria existência, eu não a reconhecia e não queria mais tentar. Mas chegando lá conheci a Paulinha, não fui ao seu encontro, observei de longe, como sempre. Mas me impressionei. Ao retornar da Comenoesp eu mandei um e-mail para a Paulinha parabenizando-a pela organização e realização do encontro, não pensei que haveria um retorno, mas houve, como eu disse para ela ontem mesmo, seu coração é tão lindo e grande que acolhe amigos e desconhecidos (eu). Começamos a trocar e-mails, ela me contava quando estava em crise e eu contava quando eu estava em crise ao mesmo tempo que tentava tirar forças para estar próxima de uma maneira meio distante em momentos de dor e desespero. Nos identificamos uma com a outra, e após inúmeros e-mails, finalmente tive a oportunidade de vê-la pessoalmente nesta prévia, e apesar dos calorosos abraços (3) que recebi e das incontáveis oportunidades de conversarmos, eu não me fiz presente e ela também não se aproximou, oportunidades perdidas...Mas teremos outras. Não vou me despedir, pois prometi a ela que não o faria... Paulinha se um dia vc chegar a ler isto, saiba que aprendi a ama-la e reconhecê-la como amiga próxima e distante, mais próxima de mim, mais distante da fria matéria que me envolve... Paulinha, sinto muito ter perdido oportunidades, sinto muito ser meio ou completamente, isolada do resto das pessoas. Prometo tentar mudar e nunca mais dizer adeus, estou aqui e aqui ficarei pelo tempo que me foi destinado desde que vc fique comigo também. Uma coisa que eu queria dizer; quando vc me abraçou e disse "minha amiga Mari" eu queria dizer "Não me deixe". Sempre que tiver um problema, eu estarei a seu lado, sempre que quiser sorrir, eu estarei lá para sorrir devolta, sempre que quiser chorar eu estarei lá para dizer que ainda sinto vc comigo e estou aqui. Paulinha, não me deixe!!!!!!! E mais ainda, Aproxime-se! Tudo o que tem a fazer é olhar para mim e dizer "Mari" só isso, e eu estarei a seu lado.
Abraços a todos da prévia, valeu Cafelândia e Vejo-os todos em Assis!

22 de jul. de 2008

Estou presa nesta história de depressão, não choro, não grito, não vivo, vou morrendo e perdendo a passagem das milhares de histórias que eu prefiro contar a vivê-las. Estou pedindo socorro, porque estou quebrada e continuo quebrando, há este lado muito sensível dentro de mim que quer derramar lágrimas e sangue se for preciso, para continuar a vida que começou ao nascer, mas que se interrompeu na morte, agora a morte me persegue, vou escolhendo palavras para transmitir pensamentos que nem eu mesma entendo, vou seguindo minha vida, sem chama-la de vida... é o fim, o meio e começo de um nada... nada ... nada que vem e vai. É minha alma que adoece e leva consigo meu coração, infectando-o com com a dor que sente sem saber o porquê... estou presa neste corpo que ainda não sei usar direito, pois nada do que eu peço para ele fazer ele se dispõe a faze-lo, como comer carne, ou chorar, pelo amor de Deus chore seria melhor do que esse olhar vazio...
chega!!!!!!!

pesadelos

Tenho tido muitos pesadelos, pessoas morrendo ao meu redor, pessoas especiais me deixando, o abandono é a pior solidão. Temo minha própria mente, temo ser eu, simplesmente um eu que ainda não encontrei, e já temo tanto, que prefiro não dormir.
Ao acordar, abro os olhos devagar e com cuidado,porque o mundo que me envolve pode ser os mundos de pesadelos ancestrais que me abraçam na escuridão. Não sei se prefiro dormir ou ficar vigilante. As noites são de angústia profunda, acordo de madrugada sem conseguir respirar e me inveredo por pensamentos tétricos de origem desconhecida que me levam ao terror noturno, não sei o que prefiro fazer da minha vida, estou morrendo ao invés de viver, as pessoas morrem em mim e eu morro aos poucos.
Todos os dias narro uma história qualquer em minha mente, e vou escrevendo para não perder a linha de pensamento, mas a perco mesmo assim, pois outros vêm a mente e não sei como controlar o impulso de não pensar somente em morte, estou definhando, esquecendo da vida, esquecendo do tempo, vagando ébria por negros bosques em mim, sou um espírito de luz? Já não sei o que é luz ou o que é escuridão, há apenas a penumbra.

11 de jul. de 2008

Ás vezes eu desapareço dentro de mim, me perco nos milhões de pensamentos que me atormentam e me inspiram. Desperdiço o tempo, passo horas na cama pensando e ouvindo outros cantarem suas dores e me identifico um pouco com suas palavras. Ouço música em todos os lugares, nasci na música e continuo nela, mas não sei voltar a mim. É na música que tento me encontrar, mas é nela que me perco. Há tanto a ser feito, tantos planos que uma vida só parece pouco para tanta coisa, mas vou vivendo e ao mesmo tempo morrendo, mais perto da morte do que qualquer outro que vive eu encontro paz no futuro que ainda há por vir, na existência de uma continuação da vida, na certeza de que não estou sendo abandonada por meus amores, apenas o destino nos separou por um tempo que me parece infinito.
Esqueço de agradecer quem me ajuda, mas estão sempre comigo, em pensamentos, em idéias, em espírito.
Hoje me sinto melancólica, cantando ao som de Rob Tomas, sem lágrimas, não aprendi a chorar, choro quando o mundo ri, mas ultimamente o mundo tem chorado mais pois em mim há muita frialdade dentro da matéria que não deixa o espírito se expressar. E vou perdendo a paciência, na escola da vida não tenho sido uma boa aluna.

28 de mai. de 2008

Não há nada pior do que o sentimento de vazio, é o não sentir nada além da dor de existir, o nada enfim de não poder simplesmente não sentir Nada.
FIco observando as pessoas mais felizes que eu e imagino o que elas têm que eu preciso ter também...
Mas tenho tudo do que preciso, tenho amigos, tenho família, uma família quebrada,no entanto é minha família.
Quero escrever sobre a tia Beth; ela foi uma pessoa especial na minha vida, e na vida de muitas outras pessoas, uma pessoa que foi iluminada, quem dera eu tivesse tal luz...
Mas perco as palavras ao escrever sobre o sublime.
Antes eu podia ouvir uma bela canção e chorar a perfeição, hoje não choro mais, e sinto falta das lágrimas... sinto falta de poder sentir algo além disso que sinto hoje cujo nome eu não sei. Talvez não exista denominação.

8 de mai. de 2008

Quadro da Ingrid

Para quem quer que seja

Não é sua culpa, também não é minha, esse dia estava na iminência de chegar...A saudade vem, mas é apenas isso, um sentimento que não pode ser descrito, nem apagado das lembranças de dias melhores, dias em que a vida parecia tão simples, dias em que a inocência pairava sobre nós, dias em que pensávamos poder mudar o mundo. Mas não posso ser mais ingênua, o mundo não irá mudar por mim, para mim ou através de mim, sou apenas mais uma das sonhadoras que por aqui esteve para aprender, e aprendi muito, com você e com todos que me rodearam e diziam que essa não era a saída, não havia resposta simples para a dor de existir.
Aqui deixo apenas minhas mágoas e deixo para o futuro um sonho de que tudo seja transformado, terei outras chances de mudar o mundo. Hoje, aqui, agora, eu digo adeus, adeus a quem fui, a quem tentei ser, a quem desejei um dia ser, mas que nunca realmente fui. Um adeus assim, simplesmente isso, um adeus, adeus à velha adolescência que eu desejava nunca ter fim. Adeus ao poucos, vou me despedindo dos que me amaram, dos que me odiaram, dos que nunca me conheceram, dos que não se importaram se eu existia ou não. Vou dando adeus aos poucos, a todos que tentaram. Não vejam isso como uma falha, apenas um projeto que foi interrompido.
Adeus!!!
Mika

30 de abr. de 2008

Carência

A carência de um abraço bloqueia as lágrimas que temem sair e expressar a dor que somente eu sinto, mas que por muito tempo outros já sentiram, que por muito tempo alguém ainda sentirá. Sou o espectro de mim mesma, um desenho inacabado da pessoa que quero ser... há divergências, um coração bom, ou um espírito egoísta?
Sou eu, em mim perdida. Mas não mais sozinha.

1 de jan. de 2008

A year to remember


Somos dotados de grande capacidade de engrandecer nosso círculo social, de aumentar virtudes e desconsiderar defeitos das pessoas que nos tocam o coração e de repente nos inspiram a sermos pessoas melhores, buscar sempre aquele sorriso para serenar transtornos, mesmo que os dias tenham sido de melancolia e saudade, de solidão e tristeza, mas aquele sorriso está sempre pronto para as pessoas especiais.
Em 2007 meus sonhos foram realizados, mesmo que ainda incompletos, conheci três grandes personalidades que merecem destaque na memória; é impossível colocá-los no top 3, porque exigiria uma classificassão, quando na verdade eles merecem ficar assim, lado a lado. Ingrid, o carisma em pessoa, um olhar que apaixona que faz reconhecer que há beleza no mundo para acalentar os corações mais tormentosos, mais sombrios e inseguros. Milton, o inspirador, o professor amigo, exigente, competente, companheiro, sempre buscando a perfeição nas mais complexas teorias. Denis, o substituto que virou titular; alegre, simpático, cujo sucesso em sua carreira despertou a ambição de seus pupilos, tagarela como todo professor deve ser, mas suas histórias foram e continuarão a ser um incentivo para quem quer vencer.
Enfim, os magos que enfeitiçaram a mente desses jovens aspirantes a jornalistas, pelo menos eu sei que enfeitiçaram a minha mente,o meu coração e minha alma. Este foi um ano para ser lembrado por estas pessoas e muitas outras, não tive a chance de dizer adeus a nenhum de vocês e vocês mereciam, mas saibam que não foi negligência, foi uma emergência que me fez partir assim, espero que um dia possam ler estas palavras e lembrar de mim e de todos os alunos da turma de jornalismo que aprenderam a amar cada minuto de convivência com cada um de vocês. Amo todos vocês!!!