26 de ago. de 2008

No silêncio

Foi no silêncio que tudo começou, que as vozes da minha mente tomaram conta de meu ser doente, e transformaram os sonhos em pesadelos. Foi no silêncio que minha mente foi ficando cada vez mais tomada pela insensatez, a evanescente nuvem do suicídio foi se mostrando mais nítida e forte diante de mim. Foi no silêncio que conheci o sangue que alivia e deixa marcas para eu não esquecer que um dia fui infeliz e dominada pelo medo e pelo desespero. Foi no silêncio que prometi dizer adeus, enfim, o fim, enfim o começo de algo novo, a morte. Foi no silêncio que traduzi canções em minha cabeça de pessoas mortas e me vi em fotos póstumas, de alguém que um dia foi, mas não mais será. Foi no silêncio que aprendi a ser frágil, sensível, e errada, fui errando no silêncio. Foi no silêncio que ouvi a morte chamar meu nome, e ainda escuto quando estou no silêncio e temo meu próprio ser, temo minha mente, quando estou no silêncio, apenas no silêncio. No silêncio eu não sou mais eu, sou apenas a criatura.

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