A música tem sido minha fuga por tanto tempo e agora nem ela pode preencher o vazio, talvez me falte talento, talvez falte inspiração.
Eu amo as palavras, assim como a música as palavras têm vida, melodia, harmonia, quando usadas dignamente elas se transformam em imagens, imagens musicais, imagens oníricas. As palavras trazem a beleza e sinergicamente o que há de mais tétrico no inconsciente do escritor. As palavras preenchem o vazio, é uma sinfonia de sintagmas, uma ópera de metáforas. As palavras definem o ser, o eu profundo, o desespero da alma. As palavras são livres no sentido mais amplo de liberdade em uma semântica infinita. Eu gostaria de possuir o talento para usá-las com o lirismo que merecem, com a musicalidade que lhes é inerente, mas cada palavra, escrita ou proferida por mim , parecem não ter vida, elas morrem em minha consciência, morrem no vazio.
25 de mai. de 2005
24 de mai. de 2005
23 de mai. de 2005
Auto mutilação
O sangue alivia a dor.
O sangue afugenta o medo.
Por alguns segundos
Enquanto observo o rubro líquido
Expulsar de meu organismo
Toda raiva e malancolia
Há um alívio momentâneo,
Um intervalo entre a dor e o medo,
É como sair de um transe hipnótico,
Acordar de um pesadelo.
Ficam apenas as cicatrizes,
Cortar meu pulso é a única maneira
De manter minha sanidade,
De continuar vivendo,
E afastar a loucura a que me leva o medo.
O sangue afugenta o medo.
Por alguns segundos
Enquanto observo o rubro líquido
Expulsar de meu organismo
Toda raiva e malancolia
Há um alívio momentâneo,
Um intervalo entre a dor e o medo,
É como sair de um transe hipnótico,
Acordar de um pesadelo.
Ficam apenas as cicatrizes,
Cortar meu pulso é a única maneira
De manter minha sanidade,
De continuar vivendo,
E afastar a loucura a que me leva o medo.
Morfismo
O medo é maior que a vontade de ser livre
Não há saída,Nem a morte pode desviar a alma de sua própria ilusão.
Não há luz nas trevas Nem sonhos no vazio da solidão.
Tudo parece ser um Nada inexorável,
Uma vida desperdiçada Em um sentimento inefável,
Vagamos ébrios pela escuridão,
À frente há um Abismo Infinito, incompleto,
O inexpugnável morfismo.
21 de mai. de 2005
O ATO FINAL
Quem notará minha ausência?
Quem direcionará seu ódio
Ao meu ato de covardia?
O ato final de uma peça inacabada.
Quem enfim fará de mim um espectro?
Uma lembrança perdida no labirinto da inconsciência.
Tão invisível quanto sou agora,
Serei também em minha morte.
Em um momento de profunda reflexão,
Descobrirão que há muito eu já não me encontrava
Entre os vivos; no sentido universal do verbo viver,
Eu já não vivia.
Dirão que foi por desespero, dirão que foi por medo
Muitos dirão que foi por egoísmo, insanidade, outros nem se perturbarão
Em procurar uma razão para um ato tão radical.
O que posso dizer? A razão nada tem a ver com minhas loucuras
Os sentimentos sim, por estes fui derrotada.
11 de mai. de 2005
nothing in particular
There are times when death is the only thing I can think of, the only way out, there s nothing for me here, maybe when I m gone, people will remember me for a few days and then I ll be left aside as an old book, never to be opened again, a shadow in their memories, a picture in a frame, maybe not even that. Who am I kidding? I ll never be all they want me to be, I ll never say all I wanted to say, I ll just put on my mask let them decide who I am, happy, clever, weird, a dreamer. I ll never let them see what s behind that mask, I m afraid of who I am, of what I think,
I ll just show them what they want to see, and there will be no questions because I dont have the answers.
Há momentos em que a morte domina meus pensamentos, a única saída, não há nada para mim aqui, talvez quando tiver partido, as pessoas se lembrarão de mim por alguns dias e então, serei como um livro velho que nunca mais será aberto, uma sombra em suas memórias, uma foto em uma moldura, talvez nem isso. A quem estou enganando? Nunca serei tudo o que eles esperam que eu seja, nunca direi tudo o que eu queria ter dito, apenas colocarei minha máscara e os deixarei decidir quem sou, feliz, inteligente, estranha, sonhadora. Nunca os deixarei ver o que há por trás desta máscara, tenho medo de quem sou, do que penso, apenas mostrarei o que eles querem ver e não haverá perguntas, porque não tenho respostas.
I ll just show them what they want to see, and there will be no questions because I dont have the answers.
Há momentos em que a morte domina meus pensamentos, a única saída, não há nada para mim aqui, talvez quando tiver partido, as pessoas se lembrarão de mim por alguns dias e então, serei como um livro velho que nunca mais será aberto, uma sombra em suas memórias, uma foto em uma moldura, talvez nem isso. A quem estou enganando? Nunca serei tudo o que eles esperam que eu seja, nunca direi tudo o que eu queria ter dito, apenas colocarei minha máscara e os deixarei decidir quem sou, feliz, inteligente, estranha, sonhadora. Nunca os deixarei ver o que há por trás desta máscara, tenho medo de quem sou, do que penso, apenas mostrarei o que eles querem ver e não haverá perguntas, porque não tenho respostas.
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