Venho em busca, venho filha da interrupção, venho louca, mas venho lúcida, venho dentro da solidão. Venho encontrar caminhos, nos carinhos que me doam, sendo carinhosa aos que me perdoam. Venho do não, do sim, do fim, venho do começo, venho do abraço. Venho dentro da ilusão. Venho sem laços que me quebrem as palavras, venho em versos, venho em metáforas. Venho correndo da alucinação. Venho para mim, e venho para os outros.
Conheço as estradas que me levam à vida, conheço os abismos que me empurram à morte, conheço, sul e norte. Conheço meus medos, meis anseios, conheço meus meios de terminar uma dor e começar um amor. Conheço meus elos, pedaços de mim soltos ao pensamento, conheço o veneno que causam certas dores. Conheço cores que enfeitam o céu, conheço o véu que não me permite enxergar além do sofrimento, conheço o tormento de dormir sem descansar, de pensar sem conenctar-me ao mundo real. Conheço o imaginário, conheço o nefasto, infausto ser que teme meu eu incompleto.
Sou apenas uma no mundo e no mundo há muitos como eu. Escrevo no verso das folhas, de trás para frente, com grafias diferentes, escrevo poemas, escrevo paixão, escrevo sem perder a imensidão do sofrer, tampouco a profundidade do saber. Sei ser forte, sendo frágil, sei ser inteira aos pedaços, sei ser sensível, mesmo que minha sensibilidade me machuque ou machuque a outrem. Ontem fui eu quem disse eu te amo, hoje é você quem demonstra amar, posso espalhar o sentimento, mas sem o alento do abraço, não posso nada fazer em busca do amanhecer.
28 de nov. de 2011
21 de nov. de 2011
Posso
Posso ver,
Matar sem querer,
Expurgar o dócil,
Dar lugar ao fácil.
Posso ser,
Querendo não perceber,
Exterminar vidas,
Correr de almas sofridas.
Posso me perder,
Deixar-me enlouquecer,
Destruir o ninho,
Consolar-me no caminho,
Entre pedras ancestrais.
Posso envelhecer,
Entre formas anormais,
Envenar o puro,
Enxergar no escuro.
Posso emudecer,
Arrancar minha voz,
Gritar no ouvido do meu algoz,
Que ando muda,
Perdida, louca, suicida.
Posso renascer,
Virar novamente criança,
Elogiar meu desespero,
E celebrar a esperança.
Posso muito, posso pouco.
Aos poucos tomam forma,
As formas deste tronco
Em que matei , fui e morri.
Dentro do amor, em que aprendi e sorri..
deixe-me entrar
Deixe-me entrar,
Levar para o ontem,
A tristeza do hoje.
Deixe-me abraçar,
Seguir viagem,
Em busca do amanhecer.
Deixe-me tocar,
Sentir coragem,
No meigo olhar do alvorecer.
Deixe-me lembrar,
Enxergar o jovem,
Mesmo no envelhecer.
Deixe-me pingar,
Uma gota da lágrima,
Que vem ao lhe receber.
Deixe gritar a alma,
Que busca no ser,
A liberdade, o prazer.
8 de nov. de 2011
tristeza
Minha tristeza parece mundana, fria, vazia, como a dor de um vaso sem flor, que não realizou seu propósito na vida. Ou talvez, como a mesma flor, arrancada ainda no desabrochar. Sofro sem chorar, tal poeta da escuridão, marcando o tempo por uma lua que brilha para todos, menos para ele. Sofro sem razão, num emranhado de paixão e cores, um jardim sem flores.
O sol nasce e exu berantemente espalha seu calor, tão forte às vezes, tão ardente que queima. Minha tristeza é assim. É observar impotente nos que amo ao meu redor, um sofrimento que não posso e não devo apagar, como não posso apagar o sol quando o dia ferve desconfortável. A dor é minha única certeza. Acordo e me pergunto "vou sofrer hoje?". E uma voz que de dentro do peito grita SIM.
Sofrerei a dor de quem me acompanha, apanha da vida. Sofrerei a morte dos meus mil erros. Sofrerei por mentir e sorrir, quando na noite o sorriso se apaga. Dou lugar às lágrimas, preferindo não chorar, não reconhecer o sofrimento de sentimentos meus.A emoção do alívio em derramar lágrimas, seria talvez uma cura, pura, simples que até crianças sabem fazer. Mas eu sigo sem o pranto enternecedor, o manto, o grito, da minha dor.
4 de nov. de 2011
para o Gilson
Às vezes, cercados pela escuridão, vislumbramos um caminho incerto, cheio da imensidão dos sentimentos imaginados, escondidos, perdidos na ilusão. Sentimos o medo invadindo a alma, perdemos tempo, perdemos vida, perdemos a imaginação de uma nova canção, que nos tiraria da ilusão. Estamos sempre buscando, lutando contra preconceitos, contra conceitos formados na destruição. Estamos sempre brigando, corrigindo o errado, procurando o certo, neste inverno de compaixão exibido aos montes, observados de longe.
Por não conseguirmos enxergar uma luz no final, queremos chegar ao fim, na primavera do infinito, nos poemas recitados aos ventos, imaginando chegar onde ninguém pode nos levar. Às vezes, quando a noite chega, chega também o medo da vastidão, do tempo passado em claro, durante horas perdidas nas mesmas rotinas que nos fazem esquecer da solidão. Procuramos a paixão acesa durante tantos anos em que fomos amigos inseparáveis, em que fomos olhos, ouvidos e bocas, cantando, ouvindo e observando a beleza de um mundo que queríamos transformar. Na cosnciência a lembrança da morte que nos levou a vida, na vida que nos leva a morte. A tolerância de dizer que estamos vivos, transformados na alucinação de outros eus. Outros cantos, contos, poemas, versos declamados por nós , simples mortais , nas palavras imortais. Quando o fim chegar que chegue também a mansidão do sentimento de amor, puro amor, que nos uniu por tantos anos.
Esse tempo, inexorável, imabatível, que tudo cura e tudo procura, dentro de nós estamos sempre morrendo, quando na verdade vemos todos vivendo. Essa vida que nos procura tanto e que desviamos o olhar para não cair na loucura. Mas estamos vivos, e esta vida é para se mostrar, fazer show, cantar, com a voz mais bela que a própria beleza, essa pureza que caracteriza um imortal dentre todos os imortais. Sua voz carrega tristeza, porém transformada riqueza de tons nunca antes alcançados por outro ser, tão bela quanto você, não há quem diga que não se importa ou se orgulha de ter entre a lista de amigos, alguém tão belo, tão verdadeiro, tão cheio de amor, quanto alguém como você.
Por não conseguirmos enxergar uma luz no final, queremos chegar ao fim, na primavera do infinito, nos poemas recitados aos ventos, imaginando chegar onde ninguém pode nos levar. Às vezes, quando a noite chega, chega também o medo da vastidão, do tempo passado em claro, durante horas perdidas nas mesmas rotinas que nos fazem esquecer da solidão. Procuramos a paixão acesa durante tantos anos em que fomos amigos inseparáveis, em que fomos olhos, ouvidos e bocas, cantando, ouvindo e observando a beleza de um mundo que queríamos transformar. Na cosnciência a lembrança da morte que nos levou a vida, na vida que nos leva a morte. A tolerância de dizer que estamos vivos, transformados na alucinação de outros eus. Outros cantos, contos, poemas, versos declamados por nós , simples mortais , nas palavras imortais. Quando o fim chegar que chegue também a mansidão do sentimento de amor, puro amor, que nos uniu por tantos anos.
Esse tempo, inexorável, imabatível, que tudo cura e tudo procura, dentro de nós estamos sempre morrendo, quando na verdade vemos todos vivendo. Essa vida que nos procura tanto e que desviamos o olhar para não cair na loucura. Mas estamos vivos, e esta vida é para se mostrar, fazer show, cantar, com a voz mais bela que a própria beleza, essa pureza que caracteriza um imortal dentre todos os imortais. Sua voz carrega tristeza, porém transformada riqueza de tons nunca antes alcançados por outro ser, tão bela quanto você, não há quem diga que não se importa ou se orgulha de ter entre a lista de amigos, alguém tão belo, tão verdadeiro, tão cheio de amor, quanto alguém como você.
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