27 de set. de 2011

no meio do nada

  Vivo na fronteira, no meio do nada, no inverno, meu inferno, na fria morada dos etéreos, no vácuo. Vou cantando sem saber a quem, vou dividindo sem saber o que, vou pedindo sem ter razão, vou flertando a escuridão. Vou sem pressa, mas impaciente. Vou na certaza de estar incosciente. Vou pela estrada dos doentes, parasitas, visitas mórbidas de outras vias, outras vidas. 
  Vivo a esconder meu ser, escondendo meu eu real, este eu que ainda não descobri para que serve. De onde vem, ou para aonde vai com tanta incerteza e dentro da mais pura loucura, entre espinhos e carinhos, vou deixando a brandura do enlouquecer. Insano poder este de tocar palavras, vejo o fio que junta cada sílaba, cada frase, cada um no seu ser, de ser de ninguém. Vou preparando a terra para germinar, o que quero fazer brotar eu não sei, simplesmente sinto, sinto crescer no coração uma vida que morre, uma vida que corre, para aonde eu deixei me perder.
 Vou procurando a espada, para matar meus erros. Encaro-me no espelho e vejo desforme figura, escolhendo o foco de tanta loucura. Estou no meio do nada, mas este nada é somente meu, de mim para mim, para o meu eu.

Um comentário:

Srta Solidão disse...

Nossa, muito lindo... vc colocou tudo que eu queria falar hj no meu blog...