Há momentos em que eu quero estar mais em mim, mas sempre estou fora, pensando onde poderia estar, falar,cantar, sorrir, brincar, simplesmente ser o eu que aqui dentro fica preso no emaranhado de coisas frias e tristes. Há momentos em que percebo o erro de ser pensamento e não criatura. Se ao menos pudesse estudar esses momentos eu pensaria menos e seria mais eu.
Há estórias que merecem enredos para serem contadas, palavras, canções, esbarro em emoções sem nada temer a não ser eu. Há contos que me levam, e personagens que deleto para não lembrar que suas perturbações também são minhas, como as gotas transformadas
Estou perdendo o sentido do presente e pensando demais, demasiadamente pensamentos que nem sequer serão meus daqui a pouco tempo, serão do tempo e da criatura que não quer estar mais
Um segundo, e não sou mais nada do eu que era há um segundo, ficou no passado a ser lembrado apenas por mim e o monte de pensamentos deixados no tempo. Um segundo e tudo se espelha na canção que diz que nada do que foi será... Será hoje ou amanhã? Será que um dia eu chegarei a alcançar o ser de ser completo? Sem fragmentos do ser ainda aberto aos ventos do entardecer? Amanhã, hoje não sou mais, deixo para ser amanhã.
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