25 de jul. de 2010

ser eu ou não ser, não hoje

Há momentos em que eu quero estar mais em mim, mas sempre estou fora, pensando onde poderia estar, falar,cantar, sorrir, brincar, simplesmente ser o eu que aqui dentro fica preso no emaranhado de coisas frias e tristes. Há momentos em que percebo o erro de ser pensamento e não criatura. Se ao menos pudesse estudar esses momentos eu pensaria menos e seria mais eu.

Há estórias que merecem enredos para serem contadas, palavras, canções, esbarro em emoções sem nada temer a não ser eu. Há contos que me levam, e personagens que deleto para não lembrar que suas perturbações também são minhas, como as gotas transformadas em chuva. E quando tenho chuva, quero um rio.

Estou perdendo o sentido do presente e pensando demais, demasiadamente pensamentos que nem sequer serão meus daqui a pouco tempo, serão do tempo e da criatura que não quer estar mais em mim. Pecado não deixar que os pensamentos vaguem no tempo, no espaço em que lhes dou na mente de alguém que semeia sonhos para colher fantasia, nossa que doce melodia me acompanha nos momentos mais meus, e me irrita saber que meus mesmo, são apenas os pensamentos; a realidade fica presa a teia que tece a aranha dos meus pesadelos. Quanto tempo posso perder em momentos como aquele ou este em quem paro para sentir temendo os sentimentos que vêem se manifestar como palhaços no circo a brincar de ser criança e tomam conta do espetáculo com brincadeiras e truques. Truques que minha mente pode pregar, mas que a mesma mente não consegue apagar.

Um segundo, e não sou mais nada do eu que era há um segundo, ficou no passado a ser lembrado apenas por mim e o monte de pensamentos deixados no tempo. Um segundo e tudo se espelha na canção que diz que nada do que foi será... Será hoje ou amanhã? Será que um dia eu chegarei a alcançar o ser de ser completo? Sem fragmentos do ser ainda aberto aos ventos do entardecer? Amanhã, hoje não sou mais, deixo para ser amanhã.

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