1 de nov. de 2010

um só ser

É impossível observar as pessoas nas ruas e não encontrar o sublime dentro delas. Pare, pense, converse com um estranho, divida histórias, cada um tem tanto para doar que parece que temos tão pouco.
É impossível ser humana e não enxergar a sabedoria infinita dentro deste ser tão desvalorizado e tão complexo que chega a ser simples um breve sorriso. Eu coleciono sorrisos,lágrimas, risadas, olhares, coleciono pois que são-me preciosos. São únicos. Às vezes me pego imaginando ser outro ser, ser um pássaro e gozar a liberdade, porém esqueço que a liberdade está dentro e não fora de cada ser humano, basta conquista-la.
Somos únicos, e somos amor e ódio pois que um não pode existir sem o outro, assim como a luz não pode existir sem a sombra. A sombra em mim está acentuada, quer mais da minha morte e pouco da minha vida. Sinto que estou mais na platéia do que no palco da minha vida, quando deveria ser ao contrário. Devo tomar o enredo desta peça , e fazer de mim a personagem principal. Como você o é na sua peça, e na minha peça não há coadjuvantes, não há figurantes, apenas o elenco principal,pois que todos têm seu fascínio sobre mim. Vejo, escuto, enxergo e sinto tudo, no entanto parece que é demais para para um só ser. Uma só criatura.

18 de out. de 2010

lembre-se

Lembre-se sempre da lágrima que lhe deixou escapar por um descuido, foi a lágrima do adeus de nunca mais voltar a ver no rosto a marca dessa lágrima que deixou de ser e agora é passado. Lembre-se sempre do sorriso de "até logo, amigo",pois este sorriso nunca será passado, e nunca dirá adeus.
Lembre-se sempre daquele olhar de " venha aqui, preciso conversar" , é um olhar que não deixou você para trás, mas quis você mais perto, como hoje que quero ver-lhe sorrir, e chorar, e cantar e olhar, para lembrar da canção que deixou no mundo a marca da oração. Disse um dia que não voltaria mais, mas cá estou entre prantos, trancos e barrancos, para depor contra todos que dizem que em você não há alegria, que somente a tristeza faz a melodia,que não há segundos de paz nessa terra esquecida, que não existem melhores amigos altruístas. Há sim tudo isso e muito mais, há verdade nos olhares, nas lágrimas e nos sorrisos, há amor, há mensagem, uma mensagem que jamais deixaria de existir não fosse o medo, a mensagem do "eu te amo" e estou aqui, para dizer que amo,amo sim e amo a todos que me amarem sem esperar recompensa. Sem pensar que nas minhas lágrimas, nos meus sorrisos e nos meus olhares não há amor, pois que a verdade é o contrário, há e já houve muito amor, eu só não sei como compartilha-lo. Não ainda, mas chego lá, e vou vivendo e com a vida aprendendo.

5 de out. de 2010

Meu amor de imensidão

Quero hoje, aqui, agora, prestar um depoimento sincero e fraternal, ao amor que sinto em abundância, no entanto que compartilho com certa avareza, certa economia dentro desta sociedade tão faminta e sedenta de amor, eu neguei por muitas vezes amar.
Mas amo, e como amo, amo tanto que muitas vezes não sei onde eu começo e o outro termina, dói este amor do qual vos falo, é um amor de imensidão dentro do meu probre e reles ser, um amor que não quer apenas ficar,mas quer ser espalhado, dividido, compartilhado, gritado e chorado aos quatro ventos do mundo. E dói, dói muito não ter a verdade dentro de mim e a eloquência das palavras para compartilhar com o mundo gritar a plenos pulmões que estou amando minha vida, esta vida que me renegou tantas e tantas outras vezes mais. Esta vida cuja semente eu não quis plantar para negar que vivia, quando na verdade apenas respirava por instinto.
Como amo os meus amigos, amo meus companheiros de viagem nesta longa jornada chamada vida e cuja essência eu escondi de todos,para não ser apenas e viver mais além. Estou viva, e hoje venho depor a favor deste amor que me machuca de tão intensamente sentido e guardado, e em sua essência quer amar mais, quer ser mais, quer ir além do coração já não tão jovem assim que o acolhe, mas que nunca o repartiu...quero compartilhar meu amor, e viver em plenitude com minhas paixões... meus amores, que nunca morrerão.

4 de out. de 2010

sentir

Sinto que estou levitando, mas mesmo assim me sinto pesada, como se dentro do meu estômago estivesse uma pedra que me fizesse cair sempre. Sinto que estou indo para fora de mim mesma, tentando entender e compreender verdades que em outra época foram mentiras. Sinto que estou me concentrando, me reunindo com o mundo espiritual que me persegue e envolve com tanta sombra e luz que já não distinguo mais qual é minha e qual não é.
SInto que estou me afastando, deixando para trás um passado de aventuras,para viver um presente de rotina, ir ao médico parece uma coisa mecânica, como comer, e antigamente acender um cigarro. Não fumo mais,o cigarro agora é passado, mas mesmo assim estou sempre sob o efeito de alguma droga. Não drogas reais, não mais me enveneno com tais opiáceos, mas as drogas mentais e emocionais que me vejo injetando em minhas veias, estou viajando, sempre saindo do mundo real para viver o imaginário, sinto que estou me cortando mesmo agora quando não me corto mais.Sinto que estou envelhecendo, deixando na juventude as esferas da boa vida de amigos e virtudes, mas vou para o nada que me persegue e assombra e no meio da multidão eu me escondo... e vou me perdendo,como quem se afoga no mar, no oceano e só vê oceano, eu só vejo gente, e muita gente existindo ao mesmo tempo.

25 de jul. de 2010

suicídio

Suicídio



Que lastimável fim, levou aquele que deu a fim à vida que enfim, valia muito mais que apenas os fracassos de um ser escarniado entre muitos invisível para o além da dor e do vazio. Não teve coragem de enfrentar seus demônios, e num gesto errôneo de paixão pelo fim esqueceu daqueles que lhe queriam bem.
Que inefável prazer podia ter sentido se a sua volta visse amigos e não companheiros de dor, sem o calor do abraço de quem querem e ajudam, nesta vida, há sim quem não está perdido e busca mostrar a este ser que é querido entre tantos outros amigos cujo abrigo melhor havia de lhe acolher. Mas não, o suicídio falou mais alto no ouvido farto de palavras duras, cheias de amarguras de outras criaturas que não o queriam ali.
Que lamentável morte diz a sorte de outros nos quais no vazio se faz preencher de amor de carinho dos poucos no caminho que lhes enxergaram o olhar quebrado, mas souberam receber com braços largos de tanto amar o que o ser não soube enxergar. Cativar nas risadas as poucas palavras que o ser deixou de cantar, abraçar entre lágrimas a despedida desse adeus breve e ininteligível que o ser esqueceu de deixar. Mas há quem lembre do ser onipresente entre tantos que deixou de tocar com seu sorriso brando e no seu carisma o encanto de quem ainda quis tentar.
Que inesperável lembrança alguns hão de carregar na memória até um dia não mais nascer o sol,para tantos cujos prantos não traz de volta o ser suicida que desistiu da vida, para simplesmente viver em outra vida a dor da qual quis fugir, ah, mas o amor há de surgir até para ele que canta solitário entre vários outros sofredores de onde este mesmo amor esqueceu de emergir. Enquanto houver abraços haverá vida e nada há de apagar o carinho com que o ser foi recebido ao finalmente chegar no que será seu novo lar.

ser eu ou não ser, não hoje

Há momentos em que eu quero estar mais em mim, mas sempre estou fora, pensando onde poderia estar, falar,cantar, sorrir, brincar, simplesmente ser o eu que aqui dentro fica preso no emaranhado de coisas frias e tristes. Há momentos em que percebo o erro de ser pensamento e não criatura. Se ao menos pudesse estudar esses momentos eu pensaria menos e seria mais eu.

Há estórias que merecem enredos para serem contadas, palavras, canções, esbarro em emoções sem nada temer a não ser eu. Há contos que me levam, e personagens que deleto para não lembrar que suas perturbações também são minhas, como as gotas transformadas em chuva. E quando tenho chuva, quero um rio.

Estou perdendo o sentido do presente e pensando demais, demasiadamente pensamentos que nem sequer serão meus daqui a pouco tempo, serão do tempo e da criatura que não quer estar mais em mim. Pecado não deixar que os pensamentos vaguem no tempo, no espaço em que lhes dou na mente de alguém que semeia sonhos para colher fantasia, nossa que doce melodia me acompanha nos momentos mais meus, e me irrita saber que meus mesmo, são apenas os pensamentos; a realidade fica presa a teia que tece a aranha dos meus pesadelos. Quanto tempo posso perder em momentos como aquele ou este em quem paro para sentir temendo os sentimentos que vêem se manifestar como palhaços no circo a brincar de ser criança e tomam conta do espetáculo com brincadeiras e truques. Truques que minha mente pode pregar, mas que a mesma mente não consegue apagar.

Um segundo, e não sou mais nada do eu que era há um segundo, ficou no passado a ser lembrado apenas por mim e o monte de pensamentos deixados no tempo. Um segundo e tudo se espelha na canção que diz que nada do que foi será... Será hoje ou amanhã? Será que um dia eu chegarei a alcançar o ser de ser completo? Sem fragmentos do ser ainda aberto aos ventos do entardecer? Amanhã, hoje não sou mais, deixo para ser amanhã.

22 de abr. de 2010

angústia do adeus



É hora de dizer adeus. Adeus às reuniões semanais,adeus aos sorrisos, adeus às piadas, adeus ao melhor momento sem que soubessemos que este dia enfim, chegaria.
É hora de dizer adeus, simplesmente assim, adeus, adeus amiga, adeus companheira de todas as horas, adeus aos fins de semana juntas, adeus às ligações no meio da noite pedindo um ombro para chorar, adeus.
Mas não será para sempre, eu prometo, se você não me esquecer, eu nunca a esquecerei e prometo, nunca usar a palavra "perder" neste breve , mas sofrido, ADEUS.