6 de mar. de 2007

As vozes me rodeiam, como abutres famintos pela carne putrefata, elas anseiam por uma oportunidade de derrubar o muro do otimismo que tento construir. Terminar minha vida em uma eterna alucinação? Não, isso é impossível, é perder a dignidade. Não temo a loucura pois admiro os loucos por sua pureza, seus sonhos...
Faço perguntas a mim mesma sobre a veracidade dos meus desejos, sobre a vontade. Tenho muitras vontades, vontade de voar, ser imortal nas palavras, ser alguém a quem não digam que a vida passou por ela, mas que passou pela vida, que viveu.
Álvaro de Campos

Ah, Onde Estou

Ah, onde estou onde passo, ou onde não estou nem passo, A banalidade devorante das caras de toda a gente! Ah, a angústia insuportável de gente! O cansaço inconvertível de ver e ouvir!
(Murmúrio outrora de regatos próprios, de arvoredo meu.)
Queria vomitar o que vi, só da náusea de o ter visto, Estômago da alma alvorotado de eu ser
...

Tenho vontade de fazer poesia, casar melodia , juntar as palavras, brincar de inventar, criar, sonhar, poder fazer o que eu quiser, ser livre, ser amante, ser amada, ser, simplesmente, ser. Ser gente, mas não gente entediada, gente que busca inspiração que faz do tédio uma canção, que faz da angústia uma oração, quero ser gente que um dia se possa dizer que deixou para trás , não a morte, mas uma vida e essa vida eu estou construindo.

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