26 de jun. de 2005

Personalidade

Há tempos me perdi.
Todo o tempo sonhei.
A dor que sofri,
Se é minha de fato, não sei
Não sei o que fiz,
Ou o que imaginei.
Sou eu quem vive agora
ou alguém que criei?
Respostas, nunca encontrarei,
A verdade me ignora,
Sou eu quem escreve estas linhas
Ou alguém que criei?
Não sei, Não sei,
hipoteticamente são minhas
Mas hipoteticamente nada é real
Nem a dor , nem a alegria,
Nem o amor ou a fantasia,
Apenas a incerteza é imortal.

20 de jun. de 2005

Dignosia

Quantas palavras vêm a minha mente agora,
Quem dera eu dar-lhes sentidos em orações,
O mundo gira dentro de mim,
Enquanto o nada o envolve em uma evanescente neblina
De idéias soltas, ininteligíveis, como eu
Inexpressivas.
Verdades, mentiras, realidade ilusão
Fantasia, agonia, depressão,
Angústia, solidão, anestesia,
Personificação, neurastenia, histeria,
Inflamação, sinergia, palavras sem razão.
Livres das pretensiosas interpretações de mentes vazias,
Vazia é a minha que nada inventa
Só copia.

11 de jun. de 2005

Solilóquio

Despenco no abismo da ilusão,
Mergulho em uma queda infinita.
Vejo o mundo numa feérica fantasia,
Mas perco-me em sonhos na escuridão.
Compreendo menos o fenômeno da sinergia
De poder e impotência, dor e compreensão

Procuro nas palavras a essência
Do ser em que me transformei.
Nada enfim me vem a mente,
é o Nada que sempre serei.

Paralisada na estagnação da epistemologia
Entorpecida pela sensação de uma vida vazia.
No limiar da loucura, da hipofrenia.
Procuro na embriaguez a ostentação,
A esperança jaz na solidão,
Nas umbríferas notas de uma canção.
A canção da augopsicalia
Esquecida na mofina prisão

Entre os demônios da agorofobia