30 de abr. de 2011

Todos os dias eu acordo, e penso no final feliz. Todas as noites quando durmo, penso em como estou em busca da matriz de meus sentimentos mais puros. Todos os dias quando cai o dia estou em harmonia com meus pensamentos, embora nem sempre os compreenda. Todas as noites quando o dia está nascendo eu me perco um pouco de mim. Estou sempre correndo pro mar, buscando a cosntância no inconstante, indo de encontro à maré. E acordo pensando, onde ficou a fé? Estou sempre procurando o pensamento que me trará de volta a vida que esqueci.
Todos os dias quando acordo, eu penso, e agora meu Deus, o que farei deste dia para honrar o prazer da vida que me deste? Mas respostas não encontro nenhuma. Todas as noites quando durmo, agradeço por ter sobrevivido; mas imploro pra que chegue ao fim, em mim há apenas um grande meio sem começo tampouco um ponto final, na real, estou me esquivando dos morcegos da noite de pesadelos grotescos que me gelam ao âmago. Todos os dias quando a noite cai, penso logo que meu dia mal começou, ainda há muito para fazer e uma grande e inexorável noite pela frente, e na mente fica apenas o imaginário, estou esquecendo que chegar em casa não é sinônimo de paz, mas a sequência da repugnância do eu em mim, sem fim, sem começo, sem meio, sem mim.

23 de abr. de 2011

Viagem a Cruzeiro

Estou feliz e triste ao mesmo tempo, sinto que na presença da família aqui de Cruzeiro eu me fico mais livre, mais leve, e o clima é alto astral o tempo todo, até as brigas são engraçadas, mas ao mesmo tempo sinto falta da pessoa que mais me trouxe a este paraíso de montanhas quando na infância eu ainda era um rio correndo pro mar. Sinto falta da minha doce tia Beth, que me criou e me trouxe todos os anos aqui até o ano em que me deixou.
O paraíso pode ser este, mas ainda há dor. Meu amor é quente e aqui a beleza defende as obras divinas que tantos cantaram antes de mim. Sinto que estou me perdendo em maravilhas para não enxergar o grotesco.
Sinto que vou envelhecendo e as pessoas ao meu redor envelhecem comigo. Estão lindos como sempre, mas o tempo passa e a vida não perdoa, me vejo esquecendo as brincadeiras de quando era criança. Perdi há muito a vontade de sentir, mas hoje sinto e sinto muito, sinto tanto que não quero parar de sentir. Estou aqui e escrevendo para não enlouquecer. Estou me perdendo para não encontrar a tristeza dentro do âmago dos meus demônios internos... amo e amo muito cada um dos loucos desta louca família.