Nada faz muito sentido quando a depressão se aloja no coração. Talvez por amar demais, ou amar de menos, talvez por sentir demais e ao mesmo tempo não sentir nada, como não poder sentir um toque de carinho de alguém que amamos, não sentir o calor de um abraço quando o mundo parece desmoronar, não ter uma palavra de consolação e ouvir apenas o silêncio.
Imagens de uma vida de turbulências se esbarram nos sonhos, as brigas, as discussões, a carência de um ano longe de casa. Imagens de pessoas novas nas nossas vidas a quem aprendemos a amar muito e que talvez serão apenas lembranças o ano que vem porque a vida se transformou em algo fora do controle das ações e a dependência da caridade de outros nos mostra o quão impotentes nós somos, ainda, talvez não por muito tempo.
Pensamos em desistir, mas há pessoas que ainda acreditam que iremos vencer, talvez não as pessoas que nós gostaríamos que acreditassem em nosso potencial, mas outras pessoas que acabaram de entrar em nossas vidas e já trazem mais carinho do que aquelas que sempre nos acompanharam. Dividimos problemas, traumas, infortúnios, tristeza, desespero, dividimos também alegrias, momentos de descontração, momentos de risadas etéreas, eternas. Não somos uma pessoa só, somos várias, cada ser que conhecemos ao longo desta jornada deixaram uma parte deles em nós, somos compostos das melhores qualidades de quem tocou nossas vidas, somos compostos do amor que compartilhamos.