11 de out. de 2007

Imagens

Nada faz muito sentido quando a depressão se aloja no coração. Talvez por amar demais, ou amar de menos, talvez por sentir demais e ao mesmo tempo não sentir nada, como não poder sentir um toque de carinho de alguém que amamos, não sentir o calor de um abraço quando o mundo parece desmoronar, não ter uma palavra de consolação e ouvir apenas o silêncio.
Imagens de uma vida de turbulências se esbarram nos sonhos, as brigas, as discussões, a carência de um ano longe de casa. Imagens de pessoas novas nas nossas vidas a quem aprendemos a amar muito e que talvez serão apenas lembranças o ano que vem porque a vida se transformou em algo fora do controle das ações e a dependência da caridade de outros nos mostra o quão impotentes nós somos, ainda, talvez não por muito tempo.
Pensamos em desistir, mas há pessoas que ainda acreditam que iremos vencer, talvez não as pessoas que nós gostaríamos que acreditassem em nosso potencial, mas outras pessoas que acabaram de entrar em nossas vidas e já trazem mais carinho do que aquelas que sempre nos acompanharam. Dividimos problemas, traumas, infortúnios, tristeza, desespero, dividimos também alegrias, momentos de descontração, momentos de risadas etéreas, eternas. Não somos uma pessoa só, somos várias, cada ser que conhecemos ao longo desta jornada deixaram uma parte deles em nós, somos compostos das melhores qualidades de quem tocou nossas vidas, somos compostos do amor que compartilhamos.

10 de out. de 2007

Finado

Hoje meu mundo está girando rápido demais, a respiração fica mais difícil, é preciso se segurar para não cair. Hoje minha vida está reclamando demais, reclamando dos infortúnios, do desespero de não ter certeza de onde estarei o ano que vem. Sei bem onde quero estar, mas não sei se lá estarei. Tenho pessoas que ainda acreditam em mim, no meu potencial, na minha inteligência, e gente que duvida que há alguma vida inteligente nesse corpo de 22 anos.
Coloquei o título de "finado" neste post porque talvez essa seja a situação do meu futuro, morto, destruído, quem sabe o porquê? Fui eu? Eu errei tanto nessa vida transviada, até drogas já usei, mas hoje pensei ser uma pessoa diferente, diferente da auto-destrutiva que fui no passado, diferente da egoísta que tenho sido até pouco tempo atrás, diferente da mimada, da "doente". Quando comecei a ter fé na vida, na felicidade, quando comecei a acreditar que ser feliz é realmente uma questão de paz de espírito, puxaram meu tapete, disseram: "Você é muito mais egoísta, você é irresposável, seu futuro depende muito mais de uma mudança radical em você". Pensei que essa mudança, aos poucos, havia acontecido, ou estava acontecendo, agora mais do que nunca; mas meu passado me persegue, serei sempre, aos olhos de minha querida e amada tia, a criança mimada, irresponsável, carente, egoísta e BURRA, daqui para frente só quem me conhece há pouco tempo jura que isso não é verdade, mas esas características são repetidas tantas vezes a mim que começo a acreditar nessa versão abominável do meu ser.